A capela da Nossa Senhora da Piedade
A capela está próxima da ermida de são Gregório e aqui inicia-se uma escadaria monumental até ao alto de um monte, fronteiro de outro onde se ergue o castelo de Tomar e o convento de Cristo, a alva capela de Nossa Senhora da Piedade.
Foi ali que em 1387, um nobre cavaleiro, Martim Vasques Vilela, alcaide de Óbidos e fiel ao rei D. João I, mandou edificar a capela da Nossa Senhora da Piedade em honra da santa milagreira, padroeira da vila.
A Capela da Nossa Senhora da Piedade foi posteriormente restaurada e modificada no ano de 1613, por ordem do juiz do povo Bernardo Ortiz Ochoa, reinando Filipe II, de Portugal.
A dinastia Filipina favoreceu muito Tomar, desde as cortes que decorreram em 1581 no convento de Cristo, com a presença dos representantes dos três estados: povo, clero e nobreza. Aí teve confirmação institucional do domínio Filipino, encetando a União Ibérica que se alongaria até 1640. Também Tomar ao longo deste período veria um engrandecimento patrimonial, ao invés do que acontecia em outras cidades e vilas de Portugal.
A Capela da Nossa Senhora da Piedade tem portal ogival é precedido por uma galilé alpendrada sustentada por colunas toscanas.
No interior da capela da Nossa Senhora da Piedade as paredes são decoradas com azulejos de padrão geométrico, azuis e brancos, do século XVII, sendo do mesmo período o elegante púlpito e dois altares colaterais, um com são Francisco e o outro com santo António. Tem como destaque a estátua da Virgem da Nossa Senhora da Piedade, com o seu Filho morto ao colo, do século XIV, a quem são atribuídos inúmeros milagres.
Na capela da Nossa Senhora da Piedade está uma bonita imagem gótica a Nossa Senhora está com seu Filho morto nos braços. Remete a um momento muito específico de dor e sofrimento, logo após a morte de Jesus na cruz e que tanto sensibiliza os seres humanos porque a falecimento de um filho é a dor mais intensa que se pode ter, mas aqui também representa e a esperança de Maria no recontro com o seu Filho que ao ressuscitar irá salvar a humanidade e que mesmo em sofrimento manteve a sua fé em Deus.
A devoção da nossa senhora está relacionada com as sete dores de Maria desde a profecia de Simeão até ao sepultamento de jesus. A imagem da Nossa Senhora da Piedade, representa a sexta dor.
O acesso ao santuário da capela da Nossa Senhora da Piedade faz-se através de uma escadaria de 288 degraus, construídos entre 1846 e 1862. Este escadório veio facilitar bastante a subida dos devotos até à ermida divididos em 24 patamares, que permitem uma pequena pausa para descanso.
O monte da Capela da Nossa Senhora da Piedade tem um belo panorama, apesar de atenuado pelas arvores de folha caduca e que no inverno permitem visualizar a paisagem em 360 graus.
A norte as colinas da serra calcária de Alvaiázere, a Este as rochas vermelhas gresosas triássicas e os xistos e a SE e a Sul espraia-se toda a cidade de Tomar, separada pelo rio Nabão, com uma cidade nova elaborada no século XX, na sua margem esquerda e na margem direita a cidade velha fundada pelo Infante dom Henrique, defronte encontra-se o fabuloso Convento de Cristo que está classificado como Património Mundial da Humanidade.
O culto a nossa senhora da Piedade celebra-se no primeiro fim de semana de setembro, em Tomar. O círio, uma vela que se oferece em honra de Nossa Senhora da Piedade é devotamente transportado até à capela, numa procissão que se estende por cerca de dois quilómetros.
“Forma-se o cortejo profano (cavaleiros, carroças,) junto à Mata dos Sete Montes que percorre o centro histórico da cidade até à Praça da República, fronteira à Igreja Matriz. Aí encontra-se com a procissão religiosa. Segue então o conjunto até ao Largo do Pelourinho, onde se separem de novo: o cortejo segue pela estrada enquanto a procissão sobe os 288 degraus das escadinhas da Senhora da Piedade, reencontrando-se à entrada da capela para a missa solene.
Depois da missa, é o arraial com venda de comida em barracas, banda de música, leilão de fogaças
Os arraiais, com petiscos, música, bandas filarmónicas e ranchos folclóricos, decorrem junto ao rio, no jardim da Várzea Pequena.” 1
Nota adicional:
1-Frase retirada do Já tenho blogue.
2-As fotografias foram retiradas do site de Turismo do município de Tomar.